segunda-feira, 16 de maio de 2011

Conto - Safira no Natal

À alguns meses escrevi dois contos para um concurso de contos de Natal, que ganhei, cumprindo a minha promessa vou metê-los aqui:

Não liguem se a letra estiver diferente já que é um copy past do word, não estou com paciência para escrever tudo de novo:


Não vos posso dizer quando nasci, tão pouco sou capaz de contar quanto tempo estive soterrada na terra, a minha beleza ocultada por camadas e mais camadas de terra, apenas mais uma rocha entre muitas.

Um dia porem o céu sobre mim ficou azul, por entre duas nuvens,  observei primeira vez o astro celestial e ele, vendo-me, fez a sua luz incidir sobre mim.

E eu brilhei, ofuscando tudo à minha volta, nunca uma pedra brilhara tanto, a beleza era minha, nem o mais nobre diamante poderia competir comigo.

Mas infelizmente, como tudo o que é bom, não durou, umas mãos suaves, macias pegaram em mim. Fui elevada no ar até que um olho enorme olhou para mim, era castanho, um castanho puro e claro. De seguida fui cuidadosamente colocado num pequeno bolso, lá dentro havia um anel que reluzia fracamente. Com a pouca luz que entrava lá do alto através daquele rasgo, o anel era dourado (devia ser de ouro). Havia também um selo, amachucado e com as pontas acastanhadas, mas ainda assim, definitivamente um selo.

Não tive tempo de me instalar propriamente bem pois de repente ouve uma vibração intensa, seguida de um ruído que parecia um rugido de um leão, avançámos a toda a velocidade durante meia hora mas, tão subitamente como tinha começado, a vibração parou, impulsionando-me para a frente, furando levemente o casaco do homem.

Escadas foram subidas, portas foram abertas e conversas foram travadas, quando dei por isso estava num envelope, juntamente com o anel e uma folha a ser selada, depois de ser selada ficou tudo escuro e abafado.
O envelope onde me puseram ficou parado, durante horas e horas mas, finalmente foi levado para um grande objecto metálico com asas, um pouco depois, um rugido enorme, muito maior que o de à pouco aconteceu seguido de perto por uma intensa vibração.

Esta vibração era enorme, comparada a de à pouco era como um ronronar de gatinho e pior esta continuou por várias horas, tinha já embatido milhares de vezes quando parou.


E, quando parou respirei aliviado, esperava ser levado dali rapidamente mas não, fiquei ali uns bons 3 dias antes de alguém vir, depois, na alfândega puseram-me numa máquina que lançava raios contra mim, tiraram-me do envelope e prenderam-me ali por 7 dias, depois consegui voltar para o envelope com um grande carimbo vermelho nele.


Não vou narrar o resto das minhas desventuras mas saibam que demorou 21 dias para chegar finalmente à casa do remetente, nessa altura o envelope foi aberto (finalmente, já me faltava o ar), umas mãos finas e frias pegaram e mim e puseram o anel no seu dedo, de seguida a senhora pegou no papel e leu a carta, dizia:

“Minha querida

Como está a correr a tua vida, espero que melhor que a minha, acordámos todos os dias às 6 e atacamos os nossos oponentes, os Holandeses, pelo petróleo, morrem homens todos os dias e a única coisa que me mantém salvo é a memória da tua voz, tão querida, o que me mantém também é a lembrança do teu toque, uma minha luxúria, ter alguém que ame, muitos dos soldados aqui vieram sem ninguém por quem lutar, são os mais desanimados.

Mas isto não é sobre mim, é sobre ti, enviei-te uma bela safira que nem por isso tem uma milésima parte da tua beleza, também te enviei um anel de ouro que, apesar de me ter custado todas as poupanças, não faz nenhuma competição quanto à tua beleza, milhões de vezes maior. "

Mando isto no meu dia de folga, esperando que o recebas em breve, apesar de os correios estarem loucos, tempos de guerra é o que dá, espero em breve estar contigo para depois casarmos.

Adeus, com muito amor, uma infinidade de beijos e um mundo inteiro de carícias:

James Brown
3 de Dezembro de 2010”


Dito isto a rapariga começou a chorar, não percebi porque razão até que vi uma carta amarela sobre uma mesa.


James Brown tinha sido assassinado por trás, perecera ao sair da estação de correios, um militar disfarçado de civil disparou e, 5 tiros depois um homem bravo e cheio de amor morreu.


Nessa altura reparei que dia era, véspera de Natal, olhei à procura das típicas decorações e vi uma árvore, não branca ou verde mas cinzenta, um cinzento triste, não havia decorações excepto uma cruz e velas, entre elas a foto do homem que me tinha recolhido, tinha sido assassinado por minha causa, que descanses em paz

James Brown

O Fim


Um pouco lamechas, não é e o final não é muito natalício, mas ei, valeu-me o prémio!

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