terça-feira, 21 de junho de 2011

Strange Future - Capitulo 2


Riley estava deitada no chão escuro e húmido quando cheguei, parecia não dormir à anos e estava exausta, a minha expressão preocupada pela responsabilidade em mim incutida suavizou-se imediatamente ao olhar para ela, era o meu amor, a minha razão de vida.
Riley era uma jovem pequena e assustada de 24 anos, tal como eu tinha vivido uma vida atribulada mas não tanto como a minha, o seu cabelo negro estava nesse momento despenteado e os seus olhos tinham olheiras profundas, além disso estava agachada, de dores embora não soubesse porquê, mesmo com um ar tão abatido era bela, a sua pele pálida e translúcida a combinar perfeitamente com o tom sujo do quarto que partilhava-mos, apesar de pequeno era uma sorte ter-mos tanto espaço apenas para nós.
Com um sorriso fraco ela olhou para mim e disse com uma voz fraca:
- Então querido, como correu a reunião?
Eu sorri de volta, embora fosse um sorriso falso, ela estava doente, não a queria preocupar com a minha missão por isso disse simplesmente:
- Correu bem, o habitual, só estratégias e estratégias, além disso recebi uma missão.
A minha amada aproximou-se de mim silenciosamente e disse:
- Ainda bem, mas se acontecesse alguma coisa contavas-me não é?

Continuei a sorrir, inquieto, com a voz a tremer respondi:
- Sim, claro…
Mas ela tinha percebido que se passava alguma coisa e suspirando com dificuldade disse:
- Ethan, sabes que podes confiar em mim para tudo, se tiveres algo a preocupar-te diz
Mas é claro que eu não iria contar-lhe estava prestes a assegurar-lhe que estava tudo bem quando alguém bateu à porta, suspirando de alivio disfarçadamente fui abrir a porta, quem estava do outro lado era um amigo meu, também parte da resistência.

Abri-lhe a porta, tinha sido salvo pelo gongo ou, neste caso pelo bater, o meu amigo entrou e disse:

- Já estás melhor?

Essas simples palavras tiveram um efeito na minha amada, que se enervou ainda mais e tentou perguntar-me do que estava melhor, em vez disso caiu de novo e gritou de dores.
Nesse momento peguei no braço do meu amigo, levei-o lá para fora e numa voz baixa disse:

- Zack, não fales da reunião à frente da Riley, sabes como ela se enerva.

Zack olhou-me para os olhos, os seus olhos castanhos a perscrutarem-me, depois de alguns segundos ele moveu-se afastando os olhos dos meus e irritado disse:

- Desculpa lá se te irritei, vim entregar-te uma missão mas se estás demasiado ocupado para me aturar vou-me embora!

“Uma missão?” – Pensei eu, já tinha uma, não devia ter outra, chamando Zack perguntei:

- Espera, desculpa - Detestava ter de pedir desculpa mas era necessário – Qual é a missão?
Ele virou-se e disse:
- Já vais ver, tens que voltar ao local
E assim seguiu-o de volta para a Nresistentencia, é deprimente como os meu único amigo era um homem sujo e sério e a minha mulher estava cheia de dores, é por isso que temos que matar o tirano, não posso levar Riley a um médico devido a todos serem controlados pelo tirano que exige imenso dinheiro pela consulta, dinheiro esse que não temos (mas daria tudo para Riley ficar bem), ele controla tudo na América, os serviços básicos, os cursos de água (pelo menos a que se pode beber pois a maioria dela está poluída), a comida, os Hospitais, as escolas e até os serviços de emergência!
E não é como se o disponibilizasse a todos, para termos esses serviços temos que pagar o que não podemos pagar, a mortalidade aumentou imenso por causa disso!
A água ainda se vai arranjando, existe um limite para a malvadez e várias pessoas arriscam a vida a arranjar e a distribuir pelo povo, pessoas como eu, da Nresistência, a comida é distribuída pelo tirano, é muito pouca e é dada apenas às pessoas que vivem nos quartos que ele dá, e não chega para todos, já vi pessoas a comerem ratos e lixo! Tudo por terem fome, eu sei bem, no tempo em que andava pela rua cheguei inclusivamente a fazer o mesmo, apesar disso é suficiente para se viver, ainda que com fome.
A escola é outra coisa, quase ninguém vai à escola excepto os mais ricos e seus filhos, a maioria da população nem sabe ler quanto mais, eu , felizmente sei ler, Mike ensinou-me, sou um dos poucos que não é analfabeto neste vasto pais

Quanto aos Hospitais e serviços de urgência é o mesmo que a escola, apenas disponível a uma pequena parte da população.
Agora interrogava-me, qual seria a missão? Seria roubar água e comida? Não fazia a menor ideia mas estava prestes a descobrir, o pub estava mesmo à minha frente...

1 comentário:

  1. ele deixou a amada com dores e foi pegar nova missão? Podia ao menos ter voltado para ver se ela estava bem, e avisá-la que ia sair de novo. As mulheres gostam dessas pequenas atenções. Será diferente no futuro sombrio que você criou?

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