sexta-feira, 10 de junho de 2011

Survival Night - Capitulo 8

E lá estava eu com a Lizzie, juntos íamos conseguindo arrastar o Reedy, mas era difícil, andar demorava imenso.
Suor escorria-me pela cara, e  os meus braços doíam-me, começava a escurecer e os gemidos de Reedy eram cansativos.


Precisava de ajuda, e nesse momento vi uma luz, gritei para Lizzie:


- Cuidado!!

Mesmo em slow motion, como acontece nos filmes, a voz grave e a demorar meio minuto, pelo menos foi o que me pareceu.
Ela pareceu confusa, mas ao ver a luz começou a gritar e afastou-se da estrada, saltando para a beira.

Eu fiz o mesmo, saltando meio segundo depois, cai mesmo em cima dela, mesmo nesta situação de stress não podia deixar de notar a proximidade, sorri nervosamente, depois percebi que tinha deixado Mark para trás. A luz que tínhamos visto era de um carro vermelho, que agora estava parado mesmo ao nosso lado e quando nos preparávamos para ir buscar o Mark, um jipe apareceu a uma velocidade estrondosa e não teve tempo para se desviar de Reedy, que estava agora estendido no meio da estrada, o pneu direito do jipe esmagou-lhe o crânio, matando-o de uma forma rápida e acabando com o sofrimento do pobre rapaz, que já tinha sofrido tanto nas minhas mãos. Ao passar por cima de Reedy, o condutor do jipe perdeu o controlo sobre o mesmo e o veículo bateu de frente num muro.

Tudo tinha acontecido demasiado rápido e eu não sabia bem o que fazer, Lizzie abanava e gritava, mas não conseguia ouvir nada, só conseguia pensar que Mark estava morto e a culpa era minha, depois disso a porta da parte de trás do carro vermelho abriu-se e vi uma cara conhecida, foi ai que ouvi:

- Entrem depressa, não podemos fazer nada por o vosso amigo, mas se não querem morrer, entrem no carro!

Entramos na parte de trás do carro e mal entramos, alguém fechou a porta e estávamos outra vez em movimento, sentia-me bastante apertado e reparei que estava eu e a Lizzie, mas três pessoas na parte de trás do carro, um miúdo pequeno e mulato estava ao colo de uma rapariga que parecia bastante agressiva, só para nos dar mais espaço.

Olhei para o lugar do pendura e reconheci imediatamente o rapaz que lá estava, era Vayne! O único rapaz que não gozava comigo e que até chegou a ajudar-me e a proteger-me. Mas o que fazia quatro adolescentes e uma criança num carro, sem nenhum adulto a conduzir? Certamente estavam tão loucos como eu, a vontade de viver faz isso a uma pessoa, mas na minha opinião, só a quem tem mesmo vontade de viver.

Foi então que Vayne se virou para trás e reparou que era, voltou-se a virar para a frente e disse:

- Tenho muita pena pelo vosso amigo, mas no mundo em que vivemos neste momento as coisas são mesmo assim. Têm que se esforçar o triplo, têm de se esforçar por vocês duas vezes mais e ainda têm de olhar pelos vossos amigos. Não é verdade Mickey?

Após ter dito isto, soltou um pequeno riso, ele já não parecia o mesmo de antes. O seu olhar continuava desinteressado e longínquo, mas a sua atitude estava diferente. De qualquer das maneiras, respondi-lhe:

- Mudaste Vayne, o olhar continua igual mas as atitudes diferem do normal, de qualquer maneira não me chames Mickey e sim, é verdade.

Depois eles arrancaram, deixando o corpo do meu amigo para trás, foi meu conhecido por pouco tempo, mas fora amigo de qualquer maneira, avançámos pela estrada, não em direcção à cidade, onde eu morava, mas em direcção da aldeia, onde Vayne morava.
Andámos meia hora, mas finalmente chegámos, era uma casa bem…normal, mas na altura não lhe liguei muito, estava perdido, o meu amigo acabara de morrer, e tinha que culpar alguém, culpava-me a mim, e estava zangado comigo mesmo…

Mesmo assim sai do carro e tentei entrar…mas Vayne impediu-me, disse que pedia desculpa mas não nos podia deixar entrar porque já estavam cheios, ainda por cima com o miúdo, então fiquei lá fora, perdido e triste, sem saber para onde ir…

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